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Impacto dos 50% do Trump e suas tarifas

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Presidente dos EUA Donald Trump aplicando tarifas ao Brasil


Trumpaço Econômico Político - Trump e suas Tarifas


As tarifas anunciadas por Trump estão gerando fortes repercussões nos mercados globais e podem redefinir o cenário do comércio internacional nos próximos meses. Ao adotar uma postura mais protecionista, Trump pressiona países alinhados ao BRICS e acirra tensões com parceiros tradicionais, elevando os custos de importação e impactando cadeias produtivas inteiras. Para investidores e empresas brasileiras, entender os efeitos das tarifas de Trump é essencial para antecipar riscos, rever estratégias e explorar novas oportunidades comerciais diante desse reposicionamento geopolítico.


As exportações do Brasil para os Estados Unidos em 2024 alcançaram um recorde histórico de US$ 40,3 bilhões, um aumento de 9,2% em relação a 2023, segundo dados da Câmara Americana de Comércio (Amcham Brasil). O volume exportado também foi inédito, totalizando 40,7 milhões de toneladas, com crescimento de 9,9%. A indústria de transformação liderou, com US$ 31,6 bilhões (78,3% do total), destacando-se como o principal destino de produtos industriais brasileiros pelo nono ano consecutivo.


Principais Produtos Exportados (2024):

  • Óleos brutos de petróleo: US$ 5,8 bilhões, principal item exportado.

  • Produtos semimanufaturados de ferro ou aço: US$ 2,8 bilhões.

  • Aeronaves: US$ 2,3 bilhões.

  • Microscópios e similares: US$ 1,9 bilhões.

  • Óleos combustíveis: US$ 1,7 bilhões.

  • Outros destaques: café, celulose, carne bovina, sucos de frutas e açúcar.


Desempenho em 2025 (até julho):

  • No primeiro semestre de 2025, as exportações somaram US$ 20,02 bilhões, alta de 4,4% em relação ao mesmo período de 2024. Em junho, foram US$ 3,36 bilhões (+2,4%).

  • De janeiro a maio, as exportações atingiram US$ 16,7 bilhões, crescimento de 5%, com destaque para carne bovina (+196%), sucos de frutas (+96,2%), café (+42,1%) e aeronaves (+27%).

  • No entanto, março registrou queda de 13,3% (US$ 3,27 bilhões), especialmente em petróleo bruto (-90,3%), soja (-61,2%), equipamentos de engenharia civil (-56,5%) e aeronaves (-27,5%).

  • Até a 1ª semana de julho, as exportações gerais do Brasil (não apenas para os EUA) cresceram 1,3%, somando US$ 171,8 bilhões, mas alguns produtos, como soja e celulose, registraram quedas.


Contexto e Desafios:

  • Tarifas de Trump: Em 2025, medidas protecionistas dos EUA, como tarifas de 25% sobre aço e alumínio (a partir de 12 de março) e uma tarifa de 50% anunciada para 1º de agosto, impactaram as exportações. Cinco dos dez principais produtos exportados registraram queda em maio, como óleos brutos de petróleo e celulose, devido a tarifas e maior concorrência (e.g., Canadá via USMCA).

  • Apesar disso, o Brasil mantém competitividade em setores como carnes e sucos, beneficiado pela demanda crescente nos EUA e liderança global.

  • A balança comercial com os EUA é deficitária para o Brasil desde 2009, com déficit de US$ 1,67 bilhão no 1º semestre de 2025. Em 2024, o déficit foi de US$ 253 milhões.


Projeções para 2025:

  • A Amcham prevê comércio bilateral robusto, próximo aos recordes históricos, com crescimento do PIB dos EUA (2,8%) e do Brasil (2%) impulsionando a demanda. Setores como agropecuária, indústria extrativa e transformação devem liderar.

  • Negociações bilaterais, lideradas pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e Itamaraty, buscam mitigar os impactos das tarifas.


Observações:

  • Os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás da China, representando 12% das exportações e 15,5% das importações brasileiras em 2024.

  • São Paulo lidera as exportações (33,6%), seguido por Rio de Janeiro (17,9%) e Minas Gerais (11,4%). O transporte marítimo é o principal modal (85,6%).


  • A carta de Trump
    A carta de Trump

    IMPACTOS


    A imposição de uma tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras para os Estados Unidos, anunciada pelo governo Trump a partir de 1º de agosto de 2025, pode ter impactos significativos na economia brasileira, com efeitos diretos e indiretos em diversos setores. Abaixo, apresento uma análise detalhada dos possíveis impactos, com base nas informações disponíveis:


    1. Impactos Econômicos Diretos

    • Redução da Competitividade das Exportações Brasileiras:

      • A tarifa de 50% aumenta significativamente o custo dos produtos brasileiros no mercado americano, reduzindo sua competitividade frente a produtos de outros países com tarifas menores ou isenções, como Canadá e México (via USMCA).

      • Setores estratégicos como petróleo bruto (US$ 2,37 bilhões exportados de janeiro a junho de 2025), aço e ferro semimanufaturados (US$ 1,49 bilhões), café (US$ 1,16 bilhões), carne bovina (US$ 737,8 milhões) e celulose (US$ 668,6 milhões) serão diretamente afetados.

      • A Embraer, que exporta aeronaves (US$ 2,3 bilhões em 2024), pode ser uma das empresas mais impactadas, dado o peso do mercado americano.

    • Queda no Volume de Exportações:

      • Em maio de 2025, cinco dos dez principais produtos exportados já registraram queda devido à tarifa inicial de 10% e à concorrência (e.g., petróleo com menor demanda e celulose competindo com o Canadá). A elevação para 50% pode agravar essas perdas.

      • Estimativas apontam perdas potenciais de US$ 12 a 17 bilhões no comércio anual Brasil-EUA, considerando exportações totais de US$ 42 bilhões, com US$ 21 bilhões em tarifas embutidas.

    • Impacto no Superávit Comercial:

      • Os EUA têm superávit comercial com o Brasil (US$ 1 bilhão em 2024), mas a tarifa pode ampliar esse desequilíbrio, reduzindo as exportações brasileiras enquanto as importações dos EUA (máquinas, combustíveis) podem permanecer menos afetadas.


    2. Impactos Setoriais

    • Aço e Alumínio:

      • O Brasil é o segundo maior fornecedor de aço para os EUA, com US$ 4,1 bilhões exportados em 2024. A tarifa de 50% (elevada de 25% em junho) pode reduzir drasticamente as exportações, especialmente de aço semiacabado, impactando empresas como Gerdau, Usiminas e CSN.

      • Minas Gerais, líder na produção de aço, será um dos estados mais afetados.

      • A ausência de cotas de isenção, diferentemente do primeiro mandato de Trump, agrava o impacto.

    • Agronegócio:

      • Embora menos dependente dos EUA, o agronegócio pode sofrer com a tarifa em produtos como carne bovina (já taxada em 26,5%, mas com cota esgotada em janeiro de 2025), café e suco de laranja. A CNA considera o impacto “crítico” para 19 produtos agropecuários onde o Brasil é o principal fornecedor.

      • A demanda reduzida e a concorrência com outros países podem limitar o crescimento das exportações, embora o volume total possa ser menos afetado devido à força do Brasil no mercado global.

    • Indústria de Transformação:

      • Setores como aeronaves, materiais de construção, etanol e madeira serão impactados, enquanto commodities agrícolas e mineração, menos dependentes dos EUA, podem ter efeitos marginais.


    3. Impactos Macroeconômicos

    • Desvalorização do Real:

      • A tarifa pode pressionar o real, elevando o dólar (em 9 de julho de 2025, o dólar futuro subiu 1,76% para R$ 5,58 após o anúncio). Isso encarece importações, aumenta a inflação doméstica e reduz o poder de compra.

      • O Bradesco estima que uma depreciação de 1,5% no real seria necessária para compensar perdas de US$ 2 bilhões em exportações, com impacto de 0,1 ponto percentual no IPCA.

    • Inflação nos EUA e Juros:

      • As tarifas podem elevar a inflação nos EUA, forçando o Federal Reserve a manter juros altos, o que pressiona o financiamento externo do Brasil e limita cortes de juros pelo Banco Central.

    • Desaceleração Econômica Global:

      • Como os EUA são a maior economia e importadora global, as tarifas podem desacelerar o comércio mundial, afetando investimentos e estratégias de empresas brasileiras.


    4. Impactos Políticos e Comerciais

    • Tensões Bilaterais:

      • A tarifa de 50% foi justificada por Trump como retaliação a supostas práticas comerciais desleais, “ataques à liberdade de expressão” e ao julgamento de Jair Bolsonaro no STF, o que escalou tensões diplomáticas.

      • O governo brasileiro refuta a narrativa de déficit comercial (os EUA têm superávit) e considera as acusações políticas uma interferência na soberania.

    • Risco de Retaliação:

      • O Brasil aprovou um projeto de lei (ainda pendente na Câmara) que permite retaliações comerciais via Camex, como suspensão de concessões ou direitos de propriedade intelectual.

      • Trump alertou que qualquer retaliação brasileira resultará em tarifas ainda mais altas, criando uma “escada tarifária” que pode agravar o confronto comercial.

    • Negociações e OMC:

      • O Brasil busca diálogo bilateral (Itamaraty e MDIC) para negociar isenções ou cotas, como em 2018, e pode recorrer à OMC, embora sua atuação esteja limitada pela paralisia promovida pelos EUA.

      • A secretária do Agro de Trump tem visita marcada ao Brasil para discutir a balança comercial agrícola, o que pode abrir espaço para acordos.


    5. Oportunidades Potenciais

    • Desvio de Exportações:

      • A China, que enfrenta tarifas de 54%, pode aumentar importações de produtos brasileiros, como soja, repetindo o observado no primeiro mandato de Trump.

      • Diversificação de mercados (e.g., Ásia) pode mitigar perdas, embora a concorrência com a China seja um desafio.

    • Acordo Mercosul-UE:

      • Tensões entre EUA e Europa podem acelerar o acordo Mercosul-União Europeia, ampliando mercados para a indústria brasileira.

    • Produção nos EUA:

      • Trump sugeriu que empresas brasileiras evitem a tarifa fabricando nos EUA, o que pode atrair investimentos, mas exige custos elevados de realocação.


    6. Desafios de Longo Prazo

    • Investimentos e Contratos:

      • A incerteza gerada pelas tarifas pode paralisar investimentos, empregos e planos de expansão de empresas brasileiras.

      • A investigação da Seção 301 contra o Brasil (por práticas comerciais e digitais) pode levar a novas sanções.

    • Impacto em Pequenos Exportadores:

      • Economias frágeis (e.g., Madagascar, Lesoto) sofreram com tarifas altas, e pequenas empresas brasileiras podem enfrentar dificuldades semelhantes, especialmente em setores com margens apertadas.

    • Concorrência Global:

      • Países com tarifas menores (e.g., Reino Unido, Singapura) ou isenções (Canadá, México) podem ganhar mercado nos EUA, reduzindo a participação brasileira.


    7. Resposta Estratégica do Brasil

    • Negociação Bilateral: O governo Lula prioriza o diálogo para evitar escalada, com reuniões agendadas entre Mauro Vieira e o USTR.

    • Diversificação de Mercados: Buscar novos destinos para produtos como aço e carne bovina, embora desafiador devido à concorrência chinesa.

    • Foco no Mercado Interno: Absorver excedentes no mercado doméstico pode pressionar preços e margens de lucro, especialmente no setor siderúrgico.


    Conclusão


    A tarifa de 50% terá impactos significativos, com perdas estimadas de bilhões de dólares, especialmente em setores como aço, petróleo, café, carne e aeronaves. A desvalorização do real, inflação e tensões diplomáticas são riscos adicionais. No entanto, oportunidades como aumento de exportações para a China e o acordo Mercosul-UE podem mitigar parte dos danos. A resposta do Brasil dependerá de negociações eficazes e estratégias de diversificação. A situação exige monitoramento contínuo, dado o risco de escalada comercial e retaliações.

 
 
 

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