Análise Agro Mensal Setembro 2025: Previsões para Soja, Milho, Clima e Mais – Insights do Itaú BBA para o Setor Agrícola Brasileiro
- Carlos Honorato Teixeira

- 11 de set.
- 4 min de leitura
Hoje, trago um resumo extenso e otimizado do relatório "Agro Mensal Setembro 2025" do

Itaú BBA, uma das principais referências em consultoria agro. Este documento de 33 páginas oferece uma visão panorâmica sobre o clima, commodities como soja, milho, farelo, óleo, e outros setores chave, com foco em preços, produção, demanda e perspectivas para a safra 2025/26. O relatório completo está disponível aqui
Na minha conversa na CNBC esta semana debati a questão das tarifas e o impacto da China na nossa economia
Se você é produtor rural, investidor no agro, trader de commodities ou profissional do setor, este resumo vai ajudá-lo a navegar pelas tendências atuais. Vamos mergulhar nos detalhes, baseados nos dados do relatório. Ao final, convido você a discutir nos comentários: qual commodity você acha que terá o maior impacto na sua operação este ano?
Clima: La Niña Influenciando o Brasil a Partir da Primavera
O relatório inicia destacando o clima como fator pivotal para a safra. Agosto foi marcado por um Brasil dividido: temperaturas elevadas no Centro-Oeste, Sudeste e MATOPIBA (com máximas acima de 37°C em Mato Grosso), enquanto frentes frias no Sul e Sudeste causaram geadas leves, afetando culturas como café arábica no Cerrado Mineiro. As chuvas foram irregulares – volumes acima da média no Norte e litoral Nordeste beneficiaram feijão e milho, mas seca atingiu Rondônia, Tocantins e Minas Gerais. No Sul, excesso de umidade atrasou a semeadura de cultivos de inverno, como trigo no Paraná, e a colheita de algodão.
Olhando para frente, setembro marca a transição para a La Niña, com instalação prevista entre outubro e novembro, e efeitos mais evidentes no final de 2025 e início de 2026. No Sul, o risco é de redução de chuvas em novembro-dezembro, crítico para a soja, com possíveis bloqueios atmosféricos gerando janelas de até 30 dias sem precipitação. No entanto, janeiro pode trazer melhora, com um verão mais úmido. No Centro-Oeste e MATOPIBA, as chuvas devem se antecipar, favorecendo o plantio de soja na janela ideal – mas alerta para intervalos secos entre dezembro e janeiro, impactando o enchimento de grãos.
Temperaturas: Centro-Norte com máximas elevadas, aumentando a evapotranspiração; Sul mais variável. Nos EUA, La Niña pode trazer frio ao centro e seca ao sul, beneficiando a colheita de grãos. Esses insights são cruciais para planejamento de plantio e hedge contra riscos climáticos.
Soja: Expectativa de Início Antecipado e Preços Pressionados na CBOT, mas Suportados por Prêmios no Brasil
A soja é o destaque, com preços em Chicago caindo pelo segundo mês consecutivo para US$ 10,05/bu (-0,8%), refletindo ausência de compras chinesas nos EUA e queda no óleo de soja (-4%). Contratos longos, como março/26, subiram 2% para cerca de US$ 10,9/bu. No Brasil, alta de 2,6% em Paranaguá (R$ 140/saca) e 5,5% em Sorriso (R$ 119/saca), impulsionada por prêmios elevados (US$ 1,48/bu em Paranaguá, acima da média de 5 anos).
O USDA revisou a produtividade dos EUA para 3,6 t/ha, mas reduziu área colhida para 32,4 MM ha, cortando produção para 116,8 MM t. Estoques finais caíram para 7,9 MM t. O Pro Farmer projeta produtividade menor (3,55 t/ha), potencialmente levando produção a 115,6 MM t. No Brasil, vazio sanitário terminou em partes do Paraná (31/ago) e Mato Grosso (6/set). Projeções: Paraná com 5,8 MM ha (+0,6%); Mato Grosso com 13,1 MM ha (+1,7%). Chuvas a partir da segunda quinzena de setembro podem antecipar plantio em relação a 2024/25.
Balanço global: Produção 2025/26 em 426 MM t (+1%), com Brasil em 175 MM t (+4%). Estoque/consumo em 29%. Comercialização da safra 2025/26 avança para 20% (36 MM t), vs. 25% no ano passado. Perspectiva: Prêmios sustentam preços internos, mas CBOT pressiona.
Farelo e Óleo de Soja: Margens Pressionadas, Demanda por Biodiesel Suportando o Óleo
Após seis meses de queda, farelo subiu 5% na CBOT para US$ 282,4/t, devido a paradas de manutenção nos EUA. Óleo caiu 3,7% para US$ 53,2/lb, correlacionado à queda de 5% no petróleo. No Brasil, farelo +4% em Campinas (R$ 1.481/t) e +1,1% em Rondonópolis; óleo +4,4% no MT (R$ 6.219/t), graças à demanda por biodiesel (B15 eleva consumo).
Margens de esmagamento seguem ruins no Brasil, com soja subindo mais que derivados. Perspectiva: Oferta elevada de farelo pressiona preços, demanda interna limitada; indústrias podem reduzir ritmo, impactando biodiesel. Demanda chinesa por soja brasileira firme, sem solução comercial com EUA – isso pode elevar soja interna, piorando margens.
Balanço global de farelo: Produção 2025/26 em 289 MM t (+4%), estoque/consumo 6%. Nos EUA, margens saudáveis suportam processamento, apesar de incertezas em biocombustíveis (EPA e isenções para refinarias).
Milho: Preços em Queda na CBOT, mas Interno Estabiliza com Retração Vendedora
Milho caiu 5,6% na CBOT para US$ 3,85/bu, quarta queda mensal, com safra recorde nos EUA e ausência chinesa. No Brasil, alta de 0,4% em Campinas e 6,7% em Sorriso (R$ 44/saca), apesar de avanço na colheita da 2ª safra – retração vendedora sustenta.
Conab revisou safra 2024/25 para 137 MM t, com 2ª safra em 109,5 MM t (+5 MM t). Plantio de verão 2025/26 avança no Sul: RS em 32%, favorecido por chuvas. Perspectiva: Grande oferta e dólar baixo podem pressionar preços no Brasil.
Outros Destaques do Relatório (Baseado no Índice)
O documento cobre mais:
Frango: Custo contido e competitividade mantêm cenário favorável.
Suíno: Preços altos vs. custos mantêm rentabilidade.
Café: Tarifaço e incertezas na oferta são oportunidades para hedge.
Laranja: Qualidade do suco deve melhorar nos próximos meses.
Açúcar: Prêmio cai para negativos pela 1ª vez em 3 anos.
Etanol: Demanda forte sustenta preços.
Arroz: Pressão baixista persiste.
Algodão: Preços pressionados por fundamentos e petróleo.
Boi: Impulsionado por apetite chinês, em evolução.
Trigo: USDA revisa produção global; colheita inicia no BR.
Fertilizantes: Preços caem, mas ainda altos.
Conclusões e Recomendações para o Agro Brasileiro
O relatório do Itaú BBA pinta um quadro misto: otimismo para plantio antecipado de soja e milho, mas riscos climáticos com La Niña e pressões em preços globais. Margens apertadas no esmagamento destacam a necessidade de hedge e eficiência. Para 2025/26, Brasil deve liderar produção global de soja (175 MM t), mas volatilidade em commodities exige monitoramento.
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(Fonte: Relatório Agro Mensal Setembro 2025, Itaú BBA. Imagens e gráficos extraídos do documento para ilustração.)


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