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🇧🇷 Entre tarifas, blefes e bilionários: o mundo gira — e o Brasil patina

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14 de julho de 2025


Carlos Honorato


Ibovespa -0,41% | S&P500 -0,19% | BTC +2,97% | GOLD11 +1,24% | Dólar +0,48%

📆 Dados de 11/07/2025


trump
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1. O Brasil no meio do tabuleiro: entre o caos global e nossa letargia interna


Na nova temporada do reality show geopolítico protagonizado por Donald Trump, o Brasil volta a ser coadjuvante — e, como quase sempre, mal escalado. A tarifa de 50% imposta sobre as exportações brasileiras aos EUA caiu como uma bomba nos mercados. Mas sejamos racionais: não é o fim do mundo. Representa algo como 0,3 p.p. do PIB — incômodo, sim. Colapso? Nem perto.


A tragédia não está nos números frios, mas na forma como reagimos. Enquanto China e Europa reposicionam estratégias e tentam amortecer o impacto com diplomacia e rearranjos logísticos, o Brasil faz o quê? Cria comitê interministerial para “avaliar”. Sim, mais um comitê. Num cenário em que o tempo exige agilidade, preferimos a burocracia.


A lógica do “pagar na mesma moeda” seduz, mas é tola. Retaliação desorganizada joga gasolina no câmbio, pressiona a inflação e encurrala o Banco Central. O risco não é só comercial — é institucional.


2. Trump: entre o blefe, a brutalidade e o efeito dominó


O protecionismo de Trump não é novo — mas ganha nova forma: mais agressiva, mais aleatória, mais perigosa. Tarifa de 35% contra o Canadá. De 30% contra o México. Outra de 30% contra a União Europeia. Não há lógica econômica — só cálculo eleitoral. O mundo assiste atônito enquanto o presidente mais imprevisível do Ocidente risca fósforos no galão de gasolina global.


O mercado americano, que até então vivia sob a doutrina TACO (“Trump Always Chickens Out”), começa a perder a fé no recuo de última hora. S&P500 e Nasdaq interromperam suas máximas. O blefe virou custo. E o custo, risco. Trump sempre recua, mas como uma tsunami, deixa estragos...


3. A oposição brasileira: mais perdida que satélite da Amazon


O que seria um momento estratégico para fortalecer um discurso reformista e pragmático vira palco para o que temos de pior: a ala bolsonarista pressiona por anistias e bravatas, enquanto o governo acena para medidas improvisadas. Ninguém com pulso, ninguém com plano. A alternância de poder em 2026 — tese querida por parte relevante do mercado — perde tração porque a oposição está sequestrada por delírios.


E Lula, mesmo com uma agenda anacrônica, parece o único com a caneta na mão. Se a oposição não oferecer uma alternativa real e viável, será cúmplice da continuidade de um modelo que não entrega.


4. Petróleo, Oriente Médio e a gangorra geopolítica


O petróleo voltou a subir. EUA apertam sanções à Rússia. China compra mais. Arábia Saudita e aliados aumentam produção. O Irã reduz. A equação é clara: mais ruído, menos estabilidade. Mas os fundamentos ainda indicam excesso de oferta e estoques robustos. Resultado? Volatilidade. O preço do barril dança conforme a manchete do dia.


6. Quem tem tempo, respira. Quem tem pressa, tropeça.


O Brasil precisa entender que, nesta guerra tarifária, o jogo não é de bravatas. É de estratégia, diplomacia e timing. Não se responde a blefe com chilique. Se o governo tiver sangue frio — e isso é um grande se —, o tempo joga a nosso favor. Mas paciência é artigo escasso por aqui.


Aos investidores, a mensagem é clara: volatilidade será a regra. A racionalidade, o diferencial. Aos formuladores de política: este é o momento de pensar como país, não como partido.


📌 Carlos Honorato é economista, consultor estratégico e fundador da OUTPOD. No projeto HonoratoX, interpreta os movimentos do mundo com coragem, precisão e senso crítico — mesmo quando tudo parece desandar. 🔗 www.honoratox.com/blog

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